Até parece piada, mas já faz quinze anos que Costinha se foi.
Ainda me lembro, quando moleque, dos impagáveis discos da coleção "O peru da festa", dos quais ouvia uma dúzia de vezes, decorava outra dezena delas e depois salpicava aqui e ali, para jogar conversa fora, quando faltava luz ou durante as noites de férias.
Costinha foi iconoclasta, politicamente incorreto, desbocado e debochado.
Fazia piada sobre tudo que hoje é proibido: bêbados, padres, caipiras, bichos e bichas.
Sua cara de velho sacana era um convite ao riso, quase uma caricatura ambulante.
Não sabia o que era censura, mas transgredia convenções e protocolos como poucos. E nem por isso era ofensivo ou raivoso.
Não tinha a pretensão de fazer humor "inteligente" ou politizado. No entanto, suas piadas não tinham nada de nonsense, seguiam ao sabor do vento, atingindo sem público ou endereço certos.
Daí vinha a sua genialidade.
Para ele, o riso foi atemporal, amoral e espontâneo. A dose exata de irresponsabilidade para suportar um mundo que cada vez nos faz mais doer o estômago.
Costinha foi um de meus herois...
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