segunda-feira, 22 de março de 2010

O julgamento, o clássico, a TV e o Big Brother


Se até o final desta postagem a terra não tremer acima dos 7 pontos na escala Richter em algum lugar do planeta, um avião não cair, o Adriano não sumir e a Amy Winehouse se segurar na rebordosa, o assunto do momento nesta semana será o julgamento do casal Nardoni, indiciados pela brutal morte da menina Isabella.
De uns dias para cá, vivemos um making of de uma superprodução hollywoodiana tupiniquim. Como será o júri, de que forma eles serão escolhidos, quais serão as provas que acusação e defesa irão utilizar. Chamadas sensacionalistas, clima de final de novela, barzinhos lotados à espera do destino dos réus.
O público já se acomoda à porta do tribunal. Faixas, cartazes e um homem fazendo embaixadinhas, esperando ser visto e aparecer no Faustão ou no youtube. O vendedor de cachorro quente se prepara para a movimentação dos próximos dias. O morador do prédio vizinho se enche de esperança. Quem sabe, ele consegue falar algo sobre o seu processo trabalhista, há anos engavetado.
Não interessa mais qual o resultado do Flamengo e Botafogo, afinal, o empate era previsível. Agora, o que interessa é acompanhar a Ana Maria, a Sônia Abraão e o Datena, cada um à sua maneira, darem suas impressões sobre o caso. Choros de indignação e emoção dos apresentadores.
Fundo musical, por favor.
Catarse!
O casal telejornal dá destaque à noite.
A novela comenta o caso. Choros de indignação e emoção das personagens.
Fundo musical? Por favor.
Catarse!
O médium recebe mensagens da menina. O místico sente a dor dos mortos. A boa senhora convida todos para rezarem por sua alma. Choros de emoção e indignação, fundo musical.
Por favor, catarse!
Na sexta-feira, sai a sentença. O resultado? Quem se importa?
Hoje é dia de paredão! Quem vai ganhar o milhão? E a Helena, vai ficar com quem?
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